O Mundo não vale a pena
A passos disformes, lentos
Caminham cheios de dor
No seu choro vê-se o acento
De palavras nunca ditas por este autor
E o desesperado pranto
A desesperança com todo este fim
Encantados com os desencantos
Que agora carrega o coveiro, enfim
De cada lágrima chorada
Vive-se do viver um dia imaginado
E todas as pessoas que sentem-se tocadas
Que nos levem como um sonho sonhado!
Que cada mão dormente
De levantar nossos caixões
Abrase o sofrimento, agora permanente
Que restará em todos estes corações
Que a chuva caia por sobre nós
Que apodreçamos em vasta solidão
Abraçando o nada, agora já sós
Que se despedace cada olho, cada mão
Que uivando, somente os lobos nos ouçam
Que nosso espírito voe no céu infinito
Que todos que agora em vão soluçam
Corroam-se na angústia do não dito
Depois de tudo, que reine a tristeza!
Que nossa dor se torne sua dor!
Que vivam sua vida presa
Sempre se lembrando do que fizemos, do horror!
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