Monday, February 3, 2014

Fiz este poema ouvindo a música, Gymnopédie, do Erik Satie: http://www.youtube.com/watch?v=dtLHiou7anE

A Musa do poeta

Se aqui nesta Terra não há me querido
Porque devo pensar que no milagre do céu
Tu, anjo que abres as asas ao infinito,
Hás de, para mim, tirar o branco véu?

Porque Deus operaria tão belo milagre
Se, por mim, de tudo Ele já abjurou?
Na eternidade eu passaria por ti feito vinagre
O vinho que azedou e o amor que Ele me negou.

Quais torpes são os motivos dos sonhos
Que a sonhar te trazem ao meu coração?
E quão triste, infeliz e qual medonho
Medo do amor dos outros, me fará ser o que eles são?

Eles são teus! e eu queria ser teu, doce ilusão
É este amor no meu peito a arder.
Quanto posso eu lutar, se na minha imaginação,
Tu vens e mostras-me a vida, como é o viver?

A mim fostes clara como Diamante!
Se o meu sentir não corresponde ao teu sentir,
Neste soluçar de choro febril e distante,
Devo rezar aos anjos para algum me acudir?!

Meu amor! serás sempre esta nívea flor
Que estará no meu coração a bater!
Serás tu, junto aos anjos, meu sonhar inspirador!
Que os sonhos voem e velem minh'alma a morrer!



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