Mulher Amada
Enquanto durmo, cheiro ao bom cigarro.
Meu sonho é com sua alma purulenta.
Por entre o ronco, sinto meu escarro.
Quando levanto, em meio à noite lenta,
Vejo na cova funda o alvo esqueleto.
No rubro seio, em sua antiga face,
Está todo seu corpo, em tons de preto.
E no seu corpo que beijava-se,
Eu encontro aquela, a morte de sua alma.
Nada tenho eu a esconder do coração,
Me encontro em maio à sua eterna calma.
E o cheiro da sua alva podridão
Me lembra: nada tinha em sua palma,
Já que agora apodreceu a tua mão!
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