Um poema feito após assistir, assustado, a retrospectiva do ano, para quem se interessar. (Será o último de 2014, seguindo a rotina de pessimismo em cada fim de ano).
Filho do meu tempo
Hoje em dia combate-se guerra com mais guerra,
Rejeita-se a truculência com mais truculência...
O mundo inteiro vive agoniado, ele berra!
Mesmo com os mais novos avanços da ciência
Os preconceitos insistem em crescer na Terra...
O pessimismo, a desgraça, e a cega obediência
A quem não admite que também lacrimeja e erra
Fazem o mundo obliterar sua consciência...
Eis o tempo que eu direi a todos que vivi,
Particularmente aos meus netos, ou mesmo filhos!
Um mundo, explicarei eu, que não esqueci,
Para que não presenciem o que eu presencio...
Para que eles, então, não sintam o que eu senti
Quando chorei por estas estrofes que copio!
Guilherme Ottoni, 27 - XII - 2014
Saturday, December 27, 2014
Saturday, October 11, 2014
Para os momentos da mais profunda solidão...
A solidão
Estou no meu melancólico quarto e observo o escuro.
Tento achar motivo que complete alma tão vazia,
Mas quanto mais o persigo, quanto mais o procuro
Mais meu peito se afunda em angústia e mais se silencia.
Transformava-me num vil rabisco, e ele preenchia
Todos meus sentimentos de concreto muito duro.
E, assim, mais me atormentava e mais triste eu me sentia,
Mais meu tórax se tornava silêncio muito puro!
Ah! Este meu desespero transcendente e sagrado,
Me enche de alegria, e me faz seco e amargurado.
Faz-me levantar mundos sem força e aguentar distâncias,
Oferece-me do saber o âmago profundo,
Mas também me traz o sentimento nojento e imundo
De conhecer minha mais torpe e cruel substância!Monday, October 6, 2014
Em vista do lindo luar de hoje, publico este poema.
À que me encanta pela
simples essência
Tua indiferença me faz
sentir tão bem!
Com um tom de horrível e um
outro de sublime,
A tua indiferença o meu amor
exprime!
E o peito que arde – e este
meu coração também! –
Se desfaz na distância entre
o Mal e o Bem!
Teu torpor: minha
felicidade, e o teu crime!
E quanto a ti, quando na
treva, à noite, vi-me
Preso nas sombras do desejo
e do desdém,
Torço que me desprezes, e
tua frieza
Me console ao olhar foto tão
pequenina...
Que portanto vire este sonho
purpurina!
Que teu encanto e tua
inegável beleza
Mudem um Mundo tão triste –
ao menos o meu! – :
Ideal de luar, do luar que
hoje é teu!
Guilherme Ottoni, 03-X-2014
Sunday, August 3, 2014
Um poema novo, que fala sobre a diversidade (tão bela) dos relacionamentos neste nosso século XXI.
Por Guilherme Ottoni
Amores no
século XXI
Por Guilherme Ottoni
Por que me
vens, declamando Safo em sua ilha,
A mim que
desejo os amores da mulher,
Como o Sol
que à tarde, incandescente luz, brilha
Numa praia
tão distante e fresca e qualquer?!
Eu que neste intenso Sol de verão não cria.
E ele que a
ti, simplesmente a ti, era mister!
Vedava-me cogitar, e sonhar que havia
Ser tão
intangível em forma de mulher!
Se irás ao
Céu tétrica ou, contente, ao Inferno,
Que
importa?! Só penso se estás ou não feliz!
Carrega
este meu verão e este meu inverno!
Não canta
este Deus que me deu a cicatriz,
De ter em mim um flagelo mágico e eterno,
Este
cromossomo Y em lugar de um X...
Friday, April 25, 2014
When We
Dissever
What hast
thou gotten
Besides
that stinking and rotten
Corpse?
That lifeless body
Which those
days, those gaudy
Days, like
the gentle fly,
Make it so
ravishing and putrefied!
When thou
becomest like this dove,
Remember
that thou still hast my love!
And though
parted by our two addled carrion,
We have to
recall to carry on
With our
souls enclosed by the vultures,
With our
minds filled with torment and culture!
Mais um poema em inglês.
The Final Act
I am watching o’er thy form
The Final Act
I am watching o’er thy form
And all this has gone like a thunder storm.
Inside of me lies my tender fear,
I hope no one mourn for me, nor cry one single tear...
I await to rest in thy memory,
And hope to climb my way to the cemetery...
More than this, I hope to cry
In the sepulchre where I shall lie!
And in thy groan, my soul within me burn
Fires of dreaming demons from underneath the Earth!
All the restless and painful days are gone,
My life can now dissever my heart, stoned!
In this last rhyme
I shall comit a crime,
Hoping to become young all eternity,
Let my soul rests in my friends memories!
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